São tantas preocupações que as pessoas têm, não é? Algumas empresas aplicam pesquisas internas para entender e atuar nas principais dores que seus funcionários possuem e definir como ajudá-los.
Foi assim que começou a jornada de Daniel, um executivo de RH recém-contratado com a missão de tornar melhorar o clima da firma e entender os principais problemas que estão afetando o ânimo e a produtividade do pessoal.
Após a primeira pesquisa que realizou, tudo ficou mais claro e Daniel pôde entender quais desafios iria enfrentar.
Os líderes não compreendiam os baixos índices alcançados nas pesquisas de clima e a constante queda de produtividade, pois, a empresa oferecia grande variedade de benefícios: planos de saúde e odontológico; previdência; vale alimentação e refeição; cobertura de custos para o trabalho híbrido; serviço especializado em saúde mental e física e convênios em clínicas e psicólogos. Porém, a maioria do pessoal reclamava do baixo salário e os muitos pedidos de empréstimo que estavam sob análise da política da empresa – houve até relatos sobre a remuneração muito abaixo do mercado e do valor de crédito consignado ser insuficiente para pagar as dívidas.
Ainda bem que esse quadro já era conhecido por Daniel. Na empresa anterior, ele aprendeu que saúde financeira tem impacto direto na saúde mental, que elas sempre andam juntas e que quando nos deparamos com falta de reserva financeira e as contas começam a se acumular, é comum experimentarmos um sentimento de desespero e incerteza. A ausência de dinheiro e da tão sonhada segurança financeira nos coloca em uma posição vulnerável, impactando não apenas nosso bem-estar financeiro, mas também diversos aspectos da vida, desde o comportamento em casa e no trabalho até a nossa saúde física e emocional.
Escolhas e o sentimento ruim:
Quando nos vemos endividados e sem reserva financeira, muitas vezes nos questionamos sobre as escolhas que nos levaram a essa situação. Sentimento de culpa e frustração podem surgir, afetando a autoestima e autoconfiança. É essencial compreender que todos estamos suscetíveis a desafios financeiros e que tomar decisões equivocadas faz parte da vida. O mais importante é aprender com essas escolhas e buscar maneiras de reverter a situação.
Comportamento em casa e no trabalho:
A falta de segurança financeira tem um impacto significativo em nosso comportamento tanto no âmbito doméstico quanto profissional. Em casa, as preocupações financeiras podem gerar tensões e conflitos familiares. As decisões relacionadas a gastos e prioridades se tornam fonte de discussões e desentendimentos, afetando os relacionamentos mais próximos.
No trabalho, a ansiedade decorrente da falta de reserva financeira pode prejudicar a concentração e produtividade. Preocupações constantes com contas a pagar e dívidas podem nos distrair das tarefas diárias, diminuindo a eficiência e comprometendo a qualidade do trabalho. Além disso, a pressão financeira pode nos levar a tomar decisões precipitadas, como aceitar empregos ou oportunidades inadequadas apenas para atender às necessidades financeiras imediatas.
Qualidade de vida e saúde física e emocional:
A falta de reserva financeira impacta diretamente a qualidade de vida, pois limita a capacidade de desfrutar momentos de prazer e de relaxamento. A impossibilidade de realizar sonhos e metas pessoais gera insatisfação e um sentimento de estagnação.
Além disso, a saúde física e emocional também é afetada pela ausência de uma reserva financeira e um alto endividamento. O estresse constante gerado pela preocupação com as contas pode levar a problemas de saúde, como insônia, dores de cabeça e problemas digestivos. A ansiedade financeira também pode desencadear ou agravar condições como a depressão, comprometendo o bem-estar emocional.
Daniel sabia da importância de um programa conjunto de bem-estar e saúde financeira para reverter o cenário relatado pelos funcionários.
Diante deste cenário desafiador, será fundamental a empresa reconhecer a importância de apoiar seus colaboradores no desenvolvimento de habilidades financeiras e no cuidado com o bem-estar geral. Um programa de bem-estar e saúde financeira complementará às práticas já adotadas, fornecendo ferramentas e recursos necessários para que as pessoas aprendam a administrar suas finanças de forma consciente e a tomar decisões financeiras mais acertadas.
O primeiro passo será a capacitação, promovida através de workshops, palestras e cursos que abordem temas como orçamento pessoal, investimentos para gerar uma reserva de emergência e planejamento financeiro a curto, médio e longo prazo. Essas iniciativas contribuirão para o desenvolvimento de uma cultura financeira saudável e promoverá a autonomia e a segurança dos colaboradores em relação ao seu dinheiro.
É fato que a insegurança financeira pode ter um efeito devastador em nossas vidas, mas ela também impacta diretamente a saúde e a produtividade da própria empresa.
Diante disso, as organizações podem desempenhar um papel essencial para capacitar seus funcionários a enfrentarem tais desafios e construírem uma vida financeira mais estável e próspera através de escolhas conscientes e desenvolvimento de habilidades financeiras.
Você, profissional de RH, consegue ajudar os profissionais da empresa a se prepararem para pensar sobre suas escolhas financeiras? O que você pode fazer a respeito?
Por Roseli Falcone Ramos e José Roberto Falcone
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